Estamos encerrando o mês de janeiro, mês em que reforçamos a importância de cuidarmos da saúde mental. É natural que as pessoas estejam focadas em planejamentos para o futuro nesse início de um novo ano. Projeções, gastos, vida social, tudo isso é pauta, mas e sua saúde mental, está na lista?
Se não está, deveria! O mês de janeiro é culturalmente o período em que as pessoas estão pensando em suas rotinas, novos hábitos, novas ambições, mas infelizmente, com a cobrança desenfreada da sociedade, acaba deixando de lado o emocional e abalando totalmente a saúde mental. O Janeiro Branco é uma campanha criada no ano de 2014, trazendo para os centro das discussões a necessidade de cuidarmos do nosso bem-estar, justamente no momento em que estamos escrevendo uma nova história em um papel totalmente branco. Todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida, priorizando sempre o lado humano mais saudável.
O psicólogo Jonas Azevedo, da clínica Desenvolver, considera que “estamos vivendo em um mundo cada vez mais competitivo, em que as cobranças por resultados melhores são sempre exercidas e concomitantemente com as comparações de resultados”. Com a pandemia da Covid-19 esse quadro se agravou ainda mais com a cobrança de novas ações, principalmente no setor da saúde, em que profissionais da saúde estão expostos na linha de frente no combate ao vírus e na sede por salvar vidas.
Além do período de recomeço de ano, a sociedade está mergulhada na tecnologia, usando como meio facilitador em seus trabalhos. Porém, Azevedo considera que “algumas facilidades se tornam caminhos abertos para um declínio da saúde mental, como por exemplo, responder e-mails, mensagens de clientes ou de superiores pelo WhatsApp, preenchimento de relatórios na plataforma online da empresa. Todas essas ações feitas fora do horário de expediente, são algumas situações em que a ausência de limites das ferramentas tecnológicas têm contribuído para o aumento de casos de Síndrome de Burnout.”
A Síndrome de Burnout foi incluída pela Organização Mundial da Saúde em sua Classificação Internacional de Doenças, CID-11. Essa circunstância acentua ainda mais a discussão sobre a saúde mental. O Ministério da Saúde classifica a doença como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
Uma humanidade mais saudável pressupõe uma cultura da saúde mental no mundo. Pensar sobre saúde mental gera conscientização, combate tabus, orienta os indivíduos.
Jonas Azevedo – Psicólogo
Como cuidar da Saúde Mental?
O psicólogo ainda destaca que é importante entender que “adoecer mentalmente não é nenhum sinal de fraqueza ou de inferioridade, não é preciso ter medo ou vergonha de falar sobre suas emoções e sentimentos”. Busque uma vida saudável praticando atividade física, mantendo uma rotina de sono adequada e reservando um tempo para lazer, família e amigos. Ele ainda ressalta a importância de desenvolver a fé, conhecer a si mesmo e da necessidade de ter um acompanhamento profissional. Na psicologia, uma das técnicas trabalhadas nesse processo é conhecida como Psicoeducação, que resulta na prevenção de sofrimentos e dores através do aprendizado de como lidar consigo mesmo. Além disso, a difusão de conhecimento pode ser uma ferramenta para servir a outros que passam pela mesma situação.
