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Você que é do mercado de saúde talvez já tenha escutado ou lido algo sobre Value-Based Healthcare, ou simplesmente VBHC. Se você ainda não ouviu falar, vamos trocar essa expressão para o bom e velho português: Cuidados de Saúde Baseados em Valor. É importante que você saiba que essa é uma grande iniciativa de reestruturação dos sistemas de saúde em todo o mundo, com o objetivo principal de ampliar o valor para os pacientes, contendo a escalada de custos e oferecendo mais conveniência e serviços aos clientes.

O conceito de VBHC chega para mudar a maneira como atuam profissionais e serviços de saúde. É um meio de reduzir custos e, ao mesmo tempo, melhorar os hábitos de saúde das pessoas. Para Chief Medical Officer, Dr. Joatam Júnior e especialista no assunto, a ideia é buscar ser sustentável no sistema de saúde e positivo para o usuário final: o paciente. A grande diferença no modelo VBHC é que os indicadores de qualidade vêm da percepção e da experiência do usuário final. “A opinião e a experiência, mesmo subjetivas, são o que nos interessa.” Nesse contexto, o sistema de saúde tem indicadores para analisar toda a intervenção produzida e entregue para o usuário. 

“O conceito de VBHC não deveria ser novidade, já que faz parte da essência de qualquer profissional ou de qualquer sistema de saúde que se propõe a cuidar de pessoas.”

Dr. Joatam Júnior, Chief Medical Officer

Dr. Joatam cita como exemplo o caso publicado pelo maior hospital de câncer do mundo, o MD Anderson Cancer Center, sediado no Texas, Estados Unidos, em que um paciente estava passando por uma terapêutica de oncologia na instituição e não foi questionado como gostaria de ser tratado. Em um determinado momento, a equipe de saúde perguntou o que ele estava achando do tratamento. Surpreendentemente disse que queria ter conforto, uma pessoa para conversar para passar o tempo. Ele não queria ter meses e meses de sofrimento. A partir desse momento, constatou-se que a instituição investiu inúmeros recursos em vão, já que não era isso que o usuário gostaria de receber. Foi assim que surgiu a necessidade de ouvir mais o paciente e dar maior importância à opinião do usuário do que da própria unidade de saúde.

Um modelo de atendimento baseado em valorizar a saúde significa recompensar os profissionais conforme a melhoria do paciente. Ou seja, há um incentivo para que os médicos e hospitais trabalhem a fim de que haja recuperação real do quadro do paciente. O sistema Value Based Healthcare é um conceito que busca inovar toda a estrutura de atendimento atual. Na visão do especialista, o modelo tem como principal objetivo valorizar o ser humano, trazendo a melhor experiência possível para o usuário, a partir de um tratamento humano e personalizado, respeitando os desejos e o jeito de o paciente encarar os seus desafios. Neste caso, cabe à instituição respeitar e atender às suas necessidades.

Esse contexto também envolve a parte financeira, pois  ajuda a diminuir a sinistralidade e procedimentos exagerados, contribuindo  para uma diminuição de custos. Essa abordagem é diferente do modo tradicional, em que  o colaborador é pago com base na quantidade de serviços de saúde prestados. No Value Based Healthcare, o valor está na entrega de resultados positivos em relação ao atendimento.

Em uma instituição de saúde e para os profissionais que atuam nesse ambiente, é uma mudança necessária, já que hoje ainda é comum encontrar situações em que o foco é o que a instituição determina. Anos e anos, por tradição, foi apresentado um escopo não focado no usuário. Mas para Dr. Joatam, é preciso redesenhar toda a jornada do paciente da área de atuação para transformar a experiência do usuário. Seja na forma de atender ou no tempo de espera, é necessário entender o que o paciente deseja.

A transformação do modelo de saúde não é uma tarefa fácil. Para isso, o especialista  considera que a tecnologia pode auxiliar no aumento da produtividade, já que os modelos estão relacionados a uma gestão populacional e é preciso focar na tecnologia para enxergar de uma forma mais global o atendimento de uma população e, quando necessário, mensurar  o nível de um indivíduo para estudar um caso específico. “A tecnologia conseguiu viabilizar a evolução do VBHC por conta da evolução da tecnologia nas últimas décadas. Há 50 anos,  o VBHC não seria possível devido a tanto trabalho manual, sem a integração dos dados. A partir de uma anotação no papel, você não consegue analisar com facilidade. A tecnologia ajuda efetivamente neste sentido, dando a possibilidade de fazer comparações em tempo real. Ela é de suma importância para esse cenário novo.”

Na Healthmap é possível valorizar e engajar pacientes vulneráveis por meio de uma plataforma que otimiza os serviços de assistência à saúde. Com uma Gestão de Cuidado completa que a nossa plataforma tem, é possível fazer um mapeamento personalizado para prevenção de doenças e promoção de saúde, indicando os principais focos de atenção que o paciente precisa ter para levar uma vida saudável. 

Para finalizar, o especialista sinaliza que a grande vantagem de uma instituição que trabalha em prol dos cuidados de saúde baseados em valor é chegar na frente. No mercado, esse tipo de atitude significa “entrar em uma área azul antes que  fique vermelha. Trabalhar abordando somente doenças já é o mar vermelho há décadas. É um modelo falido.” Uma empresa que chega na frente, instituindo esse novo conceito, pode ser incompreendida e encontrar resistências, já que o modelo não é alinhado ao cenário atual de desperdício. Estamos falando de um modelo de negócios que propõe mudanças de um dia para o outro, que pode afetar o fluxo de caixa e o jeito de remuneração da mesma. Quem chega antes e compartilha a economia gerada tem um retorno de investimento significativo, e claro, estará fazendo a coisa certa.

Eliton Souza

Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário UniAcademia. Assessor de comunicação da Healthmap.

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