Skip to main content

Os números de casos de pessoas que suicidaram ou que tentaram suicídio aumentaram no mundo todo. De acordo com um estudo inédito realizado pela Fiocruz, que avaliou o comportamento do suicídio no Brasil em 2020, durante a primeira onda da pandemia de Covid-19, houve um aumento significativo de casos de suícidio nas regiões Norte e Nordeste, entre pessoas socioeconomicamente mais vulneráveis. Os resultados apontam que, em homens com mais de 60 anos da região Norte, o excesso de suicídios alcançou 26%. Além disso, nas mulheres de 30 a 59 anos da região Norte, durante dois bimestres consecutivos, também houve o excesso de suicídios. O padrão também foi observado nas mulheres com 60 anos ou mais do Nordeste, com excesso de suicídios de 40%.

De acordo com a reportagem publicada no portal Metropoles, durante a pandemia da Covid-19, com a mudança drástica de rotina e o afastamento de amigos, professores e outros familiares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre a possibilidade de aumento nos índices de adolescentes com problemas psicológicos que levam a tentativas de suicídio e automutilação, algo que já vem sendo constatado por pesquisadores e profissionais da saúde e da educação. Vale lembrar, que o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre adolescentes em todo o mundo.

O suicídio é um fenômeno complexo e afeta indivíduos das mais variadas origens, classes sociais, orientações sexuais e identidades de gênero. Não é resultado de um motivo único, mas sim de um conjunto de situações sociais, culturais, psicológicas e ambientais, que se acumulam ao longo da vida. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que mais de 800 mil pessoas suicidam por ano, ou seja, um a cada 40 segundos.

Falar de suícidio já foi algo quase que “proibido”, já que na década de 1980, estudos realizados nos Estados Unidos diziam que essas mortes poderiam ocorrer por imitação. Anos depois, a OMS vai em direção contrária: é preciso, sim, falar sobre suicídio, para combatê-lo.

É possível mapear algumas causas, disparadores e alguns gatilhos. As doenças mentais são uma delas. A pandemia trouxe esse olhar para algo que era totalmente ignorado e isso é extremamente positivo para a sociedade. Cuidar da saúde mental deve ser uma ação tão importante e presente na vida das pessoas quanto o cuidado com o corpo. Infelizmente, a maioria ainda não pensa dessa forma e o cuidado com a saúde mental acaba sendo um tabu.

A promoção da saúde mental ganhou um aliado nas novas tecnologias. O atendimento em clínicas e consultórios teve que ser substituído pelo online, intermediado pela telemedicina. Hoje, com a tecnologia, é possível ter um atendimento personalizado por meio de uma equipe interdisciplinar formada por psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e médicos. O objetivo da equipe não é substituir os cuidados médicos para com o paciente, que deve continuar frequentando regularmente o consultório. A ideia é funcionar como mais um suporte, atuando na promoção e educação em saúde, como monitoramento dos fatores de risco ou condição clínica apresentada, incentivo à adequação de hábitos e comportamentos saudáveis e como forma de prevenção de agravos. Isso proporcionará uma melhor qualidade de vida.

A Healthmap é uma ferramenta que possui extrema flexibilidade para construir qualquer linha de cuidado. Dentro da plataforma, o profissional da saúde pode construir a linha de saúde mental do paciente na qual a operadora irá abordar. Um grande exemplo que podemos dar é o tratamento de depressão, doença que pode desencadear gatilhos em uma pessoa. Dentro da plataforma, o profissional vai colocar o diagnóstico do paciente e traçar a linha de cuidado com uma equipe interdisciplinar da operadora, conseguindo monitorar antes, durante e depois do tratamento.

Outro meio que devemos sempre fazer um intensivo trabalho de divulgação, é o CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Eliton Souza

Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário UniAcademia. Assessor de comunicação da Healthmap.