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Por mais que tenhamos um bom êxito na vacinação e que a pandemia já dê sinais de despedida, esse longo período de quase dois anos nos ensinou e nos forçou a pensar novas maneiras de trabalho permanentes em nosso cotidiano. Quem já realizava trabalhos de forma remota utilizando ferramentas tecnológicas modernas saiu na frente. Esses métodos ajudaram a descongestionar as grandes instituições de saúde e salvar vidas em meio ao colapso que vivemos nas duas grandes ondas de contágio da Covid-19.

A pandemia abriu o caminho para adoção das novas tecnologias, em que os grandes centros tiveram a oportunidade de aproximar-se de diversas pessoas que eram desassistidas em áreas distantes. Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Plano de Saúde (Abrange), mais de 2,5 milhões de consultas foram realizadas por meio da telemedicina entre abril de 2020 e março deste ano, com cerca de 90% dos casos solucionados à distância. Dados da pesquisa realizada pelo Datafolha em novembro de 2020, mostram que 41% dos entrevistados acreditam que emergências em saúde podem ser resolvidas pela telemedicina. De acordo com o banco de dados da plataforma Healthmap, os clientes que utilizam a ferramenta amplamente realizaram cerca de 72% de seus atendimentos via Telemedicina, reduzindo em até 42% das consultas presenciais.

Em entrevista ao portal Veja Saúde, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino, considera que “a medicina existe para facilitar o acesso do paciente ao profissional de saúde. A consulta virtual não veio para substituir a consulta presencial. Veio para melhorá-la.” De acordo com o CFM, a telemedicina é um exercício da medicina, mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças, lesões e promoção da saúde. Hoje, além de garantir o isolamento social, a telemedicina evita deslocamentos desnecessários e gastos supérfluos, com trânsito, estacionamento e combustível, por exemplo.

A telemedicina pode ser classificada em três eixos: teleconsulta, que consiste na consulta médica remota com a presença do profissional da saúde e do paciente; teletriagem, em que o profissional avalia os sintomas e direciona o paciente para um especialista ou uma assistência mais adequada; e o telemonitoramento, que constitui no acompanhamento à distância de um paciente em tratamento de acordo com resultados de exames solicitados.

Esse avanço das tecnologias se tornou necessário em resposta à pandemia, porém surge o alerta para projetar o futuro. Hoje é preciso criar modelos de atendimento para reintegrar o valor social diante o cenário atual que a pandemia nos impõe e que os profissionais das instituições sejam capacitados para adaptação desse novo contexto, de forma que consiga atingir cada vez mais pessoas de maneira que personalize os cuidados de saúde.

Eliton Souza

Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário UniAcademia. Assessor de comunicação da Healthmap.

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